quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
COMUNICADO
domingo, 17 de janeiro de 2010
DOIS MUNDOS
Vivemos divididos entre dois mundos.
O interior e o exterior.
No interior somos o centro do universo. Projectamos sonhos e fantasias.
Ajustamos a realidade aos nossos conceitos. Podemos enfrentar os nossos receios, os nossos fantasmas, imaginar a concretização dos nossos projectos e moldar a nossa personalidade de acordo com os nossos padrões.
O mundo exterior é adverso.
Oprime-nos, sufoca-nos e obriga-nos por vezes a representar papéis que não são os nossos.
O mundo exterior não quer saber de nós porque nele não somos o centro do Universo.
Então adaptamo-nos. Sobrevivemos. Criamos máscaras e erigimos defesas.
Desconfiamos.
Temos de lutar.
Lutar para sobreviver e lutar ainda mais para vencer.
É nesta ambivalência que ocorre o conflito mais perigoso.
O choque dos Mundos.
O mundo exterior invade o nosso mundo interior.
É mais forte, é mais sufocante, é a realidade.
O mundo exterior parece por vezes ser sádico, tendo prazer em destruir o nosso mundo interior.
O mundo exterior não quer saber das nossas fantasias, ignora os nossos ideais, destrói os nossos sonhos.
Mas é uma guerra que não pode vencer.
O poder tem de estar centrado no nosso mundo interior. O poder de resistir. O poder de lutar. O poder de sermos nós a liderar o nosso destino.
Ultrapassando as derrotas aprendendo com elas.
Valorizando as vitórias.
Compreendendo o que devemos valorizar mais e o que devemos deixar para trás.
Assimilando que certas mágoas ou cicatrizes são meros lastros que só nos amarram e nos prejudicam.
O mundo interior é o nosso refúgio.
É a partir daí que podemos construir a nossa felicidade.
Não o podemos ignorar.
Temos de ir cuidando dele.
Se o abandonamos, se o deixamos definhar, então a guerra está perdida.
Se murchamos por dentro morremos por fora.
O nosso interior, por muito que o escondamos, reflecte-se no exterior.
O nosso mundo interior é a nossa vida e só nós o conhecemos por inteiro.